24.7.02

Tempo do enquanto - quanto?

Saí sozinha. Já pelas ruas, eu ia e vinha. Voltava em casa porque a sensação de esquecimento me tomava o - centro - quê? Tomava vodka barata também, como de praxe, não poderia deixar de ser, normal, obviamente. Expressões que tiram a graça de qualquer coisa que mesmo que superfluamente seja atraente. Deixemos as besteirinhas serem graciosas! Deixemos... Automaticamente, por um instante, eu peço por favor. O centro está pulsando e em minhas mãos estão as armas-do-meu-esquecimento. Peço que desligue o tempo. Por dor. Por desligamento...

No quarto. Deitada na cama durante várias horas, que perdem suas razões de serem -chamadas de horas quando não estão no tempo humano. O relógio pra isso, nada é. Para nada. Pára... Chega a ser normal, obviamente, não poderia deixar de ser... Eu estava no tempo dos gleifúncidicícios, pequenos habitantes dos arredores da minha caminha. Às vezes eles sobem as paredes, num vôo calmo e rítmico. Oras tenho o controle sobre seu movimentar, horas não... digo ora pois, são eles seres da minha imaginação. Deixemos! Eu peço, por favor parem de subir que já estou ficando tonta.

Já não mais tenho o controle do que é o que sai da cama ou da cabeça ou suas cores que são coloridas demais ofuscando meus olhos brancos e sujos empoeirados como vocês seres prolixos...

Enfado
meu
desligamento.

Está tudo muito repetitivo. Até mesmo a vitrola que toca a mesma música a séculos afins. Amém, sagrada velha e empoeirada que toca melhor que qualquer outra nova cara e cheia de nhem-nhem-nhem... Vitrola-vó. Vozinha, voz pequena de vó velha e surda, caduca. Vela e velha. Velhos remendos. Colcha de retalhos ou de cetim vermelho?

Não importa, derrube logo a porta que estou deitada...
O tempo está passando.
Você vem ou vai ficar no tempo da vitrola ou das músicas ou das horas?


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