27.3.07

For dummies - Ou por uma vida menos cavalo




Daqui, nem tão distante quando você pensa
nem de tão perto quanto pareço
vejo cinco homens;
um de fronte ao outro
entre eles me anulo e me fundo
num círculo esfumaçado e reluzente
de despropósitos.

Um se levanta e vai embora antes que a bola chegue em seus pés (ou dedos)
Outro levanta e grita mais alto, suspenso
Um gargalha (vejo seus pinguelos)
Um se cala e fixam-se olhos, nus
Outro amonta em cima dos cinco
Porque pra se sobressair é preciso ser muito cavalo.

Então galopa, nenê
Por cima dos cinco ou dos quatro? Dos cem, dos mil
Das plantas, animais, idéias, presentes e pertences
Tudo que for passível.

Galopa, mas preenda bem as pernas
E trave bem o que tem entre as coxas
Porque se tu cai também
É mais um que vem por trás, te arrombando os lados trôpegos.

De fronte à vitrine
Todos olham seus reflexos
E não se sabem além do couro
Porque pra ser homem é preciso ter estômago e osso
E muito bago.

Tentam não vomitar
Mas a tentativa é só mais um argumento
inválido.

Moral: Compre um gato, dê-lhe o nome de Corsário-satã e tente montá-lo numa sexta feira 13 do ano em que Saturno fecha o ciclo. Daí são outros quinhentos vezes cinco.

5.3.07

3/4 embaixo da escada

(para Ju)

De coisa passaram muitas, cabeludas, congênitas, arranjadas e inevitáveis – frutos podres, da ordem do extermínio e flores de estação. E de novo o medo, mesmo que dessa vez mais distante do passado, que passava próximo a auto-sabotagem dos recursos de sociabilidade. Na ordem do traumas, da tensão e do terror desenhados, a ordem direta do vulgar amanhecia. Visualidar a coisa, ouví-la e por fim engolí-la numa tentativa. Depois, o que poderíamos fazer? Aniquilar os espasmo? Sabemos que seria um pouco mais difícil dormir. Depois, um pouco mais.. Charles dormiu sorrindo, oba oba. Um pouco mais dolorido, Antonico. O próximo quarto está perto. Vou... Passo rente, e riem-se - profetas dos corredores.

“Mas tenho os olhos tranqüilos
De quem sabe seu preço
Essa medalha de prata
foi presente de uma amiga..."
Jards Macalé



Dona Gal também Costa, a todo vapor, em 1972
Tal como a tirana bóia gritando no balanço do trem estrelado.

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