por tamara e costa
Tô vendo esse homem na minha frente em vários homens
este homem é um colega ao lado que diz que choro involuntário é falso, oh mulher
este homem são todos os outros que não te respeitaram
sinceramente, este é o homem que não leu nada e já sabe tudo
este homem são todos que acham que mulher não pode pensar
ou filosofar
que tem dificuldades de raciocínio; que são incapazes de controlar o choro
este homem poderia ser meu avô ou o seu
poderia ser você?
este homem é o mesmo que confunde relato com história e história com benefício
direitos humanos com polícia
machismo com liberdade de expressão
religião com paranoia
amor e feminicídio
este homem poderia ser meu irmão ou o seu
naquele dia você pediu pra que ele lavasse a louça
e ele disse que você, você, oh mulher, que o devia
este homem é uma mulher que se autoinvalida
este homem te invalida
este homem está muito irritado com a sua independência financeira, com o fato de você sair de casa todos os dias
este homem se diz algo que não é
este homem é um molde crucifixo
este homem ri quando você diz que quer conversar e é sério
este homem desvelou seu mistério
roubou sua alma, violou seu espaço
este homem matou a pura menina que gozava entre espaços privados e amigos, conhecidos e desconhecidos, parentes, padres, presidentes
este homem tem horror à fantasia
este homem prefere geladeiras, opta pelo bolo ou só pela comida
este homem te trancou no porão e jogou a chave na jaula dos tigres famintos
este homem nasceu do teu ventre, oh mulher
este homem te deixa sozinha.
last memorie: Das cavalidades
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10.12.14
3.12.14
La visión de un pasaje
por tamara e costa
*Gracias a Emiliano De Bernardi pela ajuda com a traducción.
Lunes era mi administrador financiero.
Muy atento y apegado a los cálculos, estaba lleno de recursos y por demás
bien informado. El tipo de gente que, para sentirse útil y necesaria, puede
asumir responsabilidades y números que no cualquiera sea capaz de suportar.
Estilo sobrio, confiable, nunca vuelve atrás con lo que dice. Nos encontrábamos
siempre los jueves en el Café Nervioso Central.
Antes de iniciar el negocio, él contaba
mis billetes y una extraordinaria historia mas sobre su mujer, la linda Luci.
La apertura de cada fajo, venía acompañada con un capítulo más de su novela, La
Increíble Luci, la cual culminaba siempre con el mismo interrogante: por qué
resultan tan fantásticas? Yo, incómodo, sin mucha compasión, consentía sus
palabras pero no sentía nada en absoluto. Mi trato con él era el cambio, dinero
fluente de distintos valores y nada más.
En términos sociales, había
poco entre nosotros, casi nada. Nos encontrábamos sólo una vez por mes,
preferentemente durante la mañana, siempre en el mismo lugar, al lado izquierdo
de la puerta. Yo con promisorias, el con cumplimientos. Mientras lo esperaba
sentado, disfrutaba puntualmente mi trago preferido, “Casamiento de Riesgo” o
te con ron. Pensaba qué ordinarios eran nuestros problemas, qué cobardes eran
nuestras razones, qué irrelevante era nuestra red de negocios. Estábamos unidos
por la posibilidad de lucro tangible muy frío. Yo ganancia y provecho, el
rostro de dinero y trama familiar.
Algunos se dedican a cosas no tan reales,
ustedes tienen que saber. Yo, por ejemplo, aquí perdiendo el tiempo narrando sobre
chismes de negocios. Triste, pero necesario. Cosas como nacer y morir, y
entretanto por ambición llegar a la cima de la montaña.
Lunes tenia un persistente delirio de ir
a la cama con la Imposible Luci. Noches tibias, salía solito mirando
hacia arriba. Por la calle Libertinaje, se podía escuchar el sonar bailarín de
las monedas en su bolsillo. Las señoritas friolentas se le aproximaban. El sabía
lo que le esperaba: nunca podía juntarse con ellas. Cuando estaba muy próximo
de otro cuerpo, y obtenía
tenia repentinamente una visión insólita: padecía contra sí mismo una “vengativa”.
Su alma estaba perpetuamente tendiente a Luci y al cálculo, sólo eso. Volvía entonces por
la calle Seca contando los huequitos
abiertos en la senda por las piedras que ruedan y canalizan
su pasaje.
Era primer jueves del 2013, el año de la
Puerta Galática. Lunes llegó al Café Nervioso con un turbante de gasa. Muchas cosas
extrañas estaban sucediendo por la ciudad, bombardeos, cámaras, fuerzas
policiales e noticias superficiales. Me
entero de todo por periódicos, papeles impresos. No tengo televisión, no tengo
cables. Prefiero las fotos. Me gustan más los cuadros estáticos que las imágenes
en movimiento. Son más tranquilizantes y se puede estar algunos minutos observándolos, resultan
menos agresivos. No miro noticias porque en América Total esto es inútil, nunca se puede obtenerlas.
Cuando pensaba en esto o en aquello, Lunes desapareció, dejándome en la mesa una foto de una Arveja Solitaria. Yo, con comodidad y toda la compasión posible, consentí finalmente su mensaje y deseé obtener más de él.
Cuando pensaba en esto o en aquello, Lunes desapareció, dejándome en la mesa una foto de una Arveja Solitaria. Yo, con comodidad y toda la compasión posible, consentí finalmente su mensaje y deseé obtener más de él.
Quedé allí sentado, mirando a la gente
pasar e imaginando que Lunes
llegaría a su casa, de inmediato se dirigiría a la habitación. Junto a la cama,
una mesita de noche lo esperaría. Él,
derrotado se apoyaría suavemente y dormiría.
Con los ojos cerrados, su cabeza y bolsillos vacíos, atravesaría así hasta el
otro lado, donde Luci lo espera al final del día con el tamaño de una arveja.
*Gracias a Emiliano De Bernardi pela ajuda com a traducción.
5.1.14
amarga inveja de whitman
por tamara e costa
o sol esquenta sua cama e você não pode mais dormir
todos estão felizes lá fora
todos tem pra onde ir
com suas famílias e amigos e câmeras
o sol esquenta as testas dos mais vastos assalariados
assim como eu
devia estar alegre
é fim de semana:
você acorda pilhadasso
e sai correndo pra acabar com as banhas
sem pensar
continua quente
ventila & uma rede basta
um dia eu tive um desejo
bem maior que as circunstâncias
hoje tenho que carregá-lo
ingrisia
trabalhar oito horas por dia não foi um sonho
então você acorda
pensamentos esquentam sua caixa craniana e você não pode mais dormir.
o sol esquenta sua cama e você não pode mais dormir
todos estão felizes lá fora
todos tem pra onde ir
com suas famílias e amigos e câmeras
o sol esquenta as testas dos mais vastos assalariados
assim como eu
devia estar alegre
é fim de semana:
você acorda pilhadasso
e sai correndo pra acabar com as banhas
sem pensar
continua quente
ventila & uma rede basta
um dia eu tive um desejo
bem maior que as circunstâncias
hoje tenho que carregá-lo
ingrisia
trabalhar oito horas por dia não foi um sonho
então você acorda
pensamentos esquentam sua caixa craniana e você não pode mais dormir.
30.11.12
tan solo para mortos...
para Jubalina muse
Deus que me livre
De guardar tudo isso
só em mim
-
eu, quem?
Deus?
Eu?
Nós?
É preciso dizer,
na prática,
o som do que é traduzido
e se revela em novos círculos
- avistamentos gozosos, direi.
Se a poesia a mim fosse desnecessária
não haveriam tantas palavras
& descarregos like
this,
desencadeio.
“Produzir” um poema seria uma tarefa inventada
a linguagem é anterior ao lamento
poesia é ritmo e descontrole.
O que mais me impressiona
são tuas impressionantes ondas:
maremoto.
Se tua dor se transforma num poema
-
menos pena, praxis.
O broto ritmado de minhas palavras soaria como um beija-flor
em tua janela tatuada.
Os sentimentos mais puros são os mais indesejáveis;
alivie-se com um poema.
Instruções para morrer de amor: repetir um pagode romântico.
tamara e costa
31.8.12
dystopic I (exercício)
dedicado a Denise, my dinilso
ela mora na Rua Do Super-Lado da Quadra-de-Lá
tem os braços de Shiva que giram involuntários quando pressionam seu corpo
contra ele mesmo
é quarta-feira de Cinzas de um ano bissexto
desfigurada sai em busca de receitas
Ciclobenzaprina?
Venlafazina?
sutis navalhas,
música que acalma
Cínica Ser, Lago Norte, Brasília
acorda anestesiada numa mesa de operação
cabeça decaptada
- há um microship inserido no punho direito
& sua cabeça não está mais lá:
"no crejo"
levanta e segue varanda
acende um cigarro que lhe traga até o cotovelo
o Menino de Mochila grita embaixo do bloco
Place Vendôme, 310 Norte
ela desce e são águas:
gondoleiro veneziano, rumos de barcos e Ferrez Fora de Tudo
óculos e phones
óculos e phones
seguem até estação do trem
passam pela Feira,
importardos bicentenários
volta Noroeste,
estranho espírito tatuado de prédios retilíneos que anulam
avenidas
perspectivas
pajés
santuários
reserva
macacos
pássaros
carros, só carros
acende outro cigarro que traga até seu peito
sinais de semáforos
tamara e costa
20.11.05
solo
primeiro trouxe um livro grosso de letras miúdas para afinar-lhe a elegância. depois, apontou o dedo no piano:- enfie aqui.
no início lhe doíam as juntas, unhas, depois ardia um pouco demais as palmas. bem mais nos casos de disritimia. no fim, também os punhos - todos os limites devidamente violados.
ela, a dona das notas, vivia com quatro ou cinco gatos - pois isso dependia mais deles. tinha uma espécie de mãe. uma mulher velha, descabelada e gorda, que saía de uma caixinha de música e rodopiava em um dos pés. os gatos, dormiam embalados.
pensou, no tempo de dois erros - "quero ser solista!" - antes de enfiar-lhe o dedo em brasa.
ela: cega
ele: auto-ditada.
no início lhe doíam as juntas, unhas, depois ardia um pouco demais as palmas. bem mais nos casos de disritimia. no fim, também os punhos - todos os limites devidamente violados.
ela, a dona das notas, vivia com quatro ou cinco gatos - pois isso dependia mais deles. tinha uma espécie de mãe. uma mulher velha, descabelada e gorda, que saía de uma caixinha de música e rodopiava em um dos pés. os gatos, dormiam embalados.
pensou, no tempo de dois erros - "quero ser solista!" - antes de enfiar-lhe o dedo em brasa.
ela: cega
ele: auto-ditada.
30.5.05
Ceda-me este passo?
por _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _
- uh - vibra o primário - mãos acima abertas - olhos fechados -
a dança é a passagem
o denso é a pupila
olho é o cão-coragem.
corredor também é passagem e estreito-pouco é saber-se o corpo pouco e até flexível - de virada passa. nessa hora desponta um relógio-fusco-luxo de ponteiros afiados. não há tempo nem espaço. só corredor: passagem e fios de nylon para hipopótamos, esses lançados à estilingue no tempo das árvores e da espera necessária. espera, esperança, espetáculo, estafo.
- tome aqui um lencinho, uma água, respira... relaxa.
O suor fede no nariz de quem é tapado. de quem nunca vazou. de quem não saiu pra comprar cigarros e esqueceu de voltar ou simplesmente não quis mais. porque o cigarros fazem mal principalmente àqueles quem não têm pulmão pra mutarelli. pros que respiram curto pra economizar ar ou evitar constrangimentos, entradas, aberturas completas ou pássaros, insisto. quando o ar está preso, passarinhos sulistas alçam vôo centro-oestizantes em meio ao frio que faz aqui nesse ar de cerrado - máscaras de ar não caem sobre nossas cabeças, o avião arquitetado explode e ninguém vê. mas é faz tanto frio de manhã e quando acordo não dá vontade de ir fazer uma paz odiosa, porém cheirosa e bem aparentada. uma paz sem ar. uma paz de gravata borboleta empalhada. ou pomos ou pombos - devidamente sufocados.
esse tempo de invasões
onde corredores e papas avançam como fios telefônicos
avanços tecnológicos
aumento de geladeiras
de torturas invisíveis.
- então hermanita, tá mais calma?
contei até dez, onze, duzentos, setecentos, milhões, silvio santos, roleta russa, polonesa, tortura chinesa, pão italiano, circo dos horrores, palhaços, palmas, tapas. vi tudo junto na panela de barro da negrinha da tua cozinha - eu e meus serviços prestados, minha revolta ao centro da mesa, minhas mãos amarradas, olhos arregalados, pupilas cintilantes - e uma caneta:
querem minha assinatura.
- uh - vibra o primário - mãos acima abertas - olhos fechados -
a dança é a passagem
o denso é a pupila
olho é o cão-coragem.
corredor também é passagem e estreito-pouco é saber-se o corpo pouco e até flexível - de virada passa. nessa hora desponta um relógio-fusco-luxo de ponteiros afiados. não há tempo nem espaço. só corredor: passagem e fios de nylon para hipopótamos, esses lançados à estilingue no tempo das árvores e da espera necessária. espera, esperança, espetáculo, estafo.
- tome aqui um lencinho, uma água, respira... relaxa.
O suor fede no nariz de quem é tapado. de quem nunca vazou. de quem não saiu pra comprar cigarros e esqueceu de voltar ou simplesmente não quis mais. porque o cigarros fazem mal principalmente àqueles quem não têm pulmão pra mutarelli. pros que respiram curto pra economizar ar ou evitar constrangimentos, entradas, aberturas completas ou pássaros, insisto. quando o ar está preso, passarinhos sulistas alçam vôo centro-oestizantes em meio ao frio que faz aqui nesse ar de cerrado - máscaras de ar não caem sobre nossas cabeças, o avião arquitetado explode e ninguém vê. mas é faz tanto frio de manhã e quando acordo não dá vontade de ir fazer uma paz odiosa, porém cheirosa e bem aparentada. uma paz sem ar. uma paz de gravata borboleta empalhada. ou pomos ou pombos - devidamente sufocados.
esse tempo de invasões
onde corredores e papas avançam como fios telefônicos
avanços tecnológicos
aumento de geladeiras
de torturas invisíveis.
- então hermanita, tá mais calma?
contei até dez, onze, duzentos, setecentos, milhões, silvio santos, roleta russa, polonesa, tortura chinesa, pão italiano, circo dos horrores, palhaços, palmas, tapas. vi tudo junto na panela de barro da negrinha da tua cozinha - eu e meus serviços prestados, minha revolta ao centro da mesa, minhas mãos amarradas, olhos arregalados, pupilas cintilantes - e uma caneta:
querem minha assinatura.
29.3.05
broche
--------------------------------------------------------------------
espalho tudo e embaralho e espalho e deixo quieto. depois volto, repasso. de trás pra frente. de jeito. depois largado. deve ter um começo. um trago. volte aqui as mãos. deve mesmo se for o caso. ocaso. babas para que não grudem. lama para o seu deslize.
abro.
arquivo comprometido e agonia lastimável formam um belo par de botas de judas para a páscoa. eles terão um filhote siamês sem cabeça ou começo. ninguém sobrará pra contar a história, esse abocanhado farto de lâminas e parafusos. nenhuma embocadura. nenhum encaixe. tudo costura espiralada, barra de saia de minha vó ou seios de tua madrasta.
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espalho tudo e embaralho e espalho e deixo quieto. depois volto, repasso. de trás pra frente. de jeito. depois largado. deve ter um começo. um trago. volte aqui as mãos. deve mesmo se for o caso. ocaso. babas para que não grudem. lama para o seu deslize.
abro.
arquivo comprometido e agonia lastimável formam um belo par de botas de judas para a páscoa. eles terão um filhote siamês sem cabeça ou começo. ninguém sobrará pra contar a história, esse abocanhado farto de lâminas e parafusos. nenhuma embocadura. nenhum encaixe. tudo costura espiralada, barra de saia de minha vó ou seios de tua madrasta.
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