29.4.03

A esperança, essa paca gorda, ainda me comove.

28.4.03

era um bonequinho de voodoo
uma urucubaca
trinta e nove agulhadas
um conjunto de energias desarmonizadas
um asco
e duas navalhas
duas pernas fraturadas
tudo sufoco
tudo apertado
e quem nem benzendo
nem fodendo
nem mudando
só o tempo,
puta que pariu.

24.4.03

Don't you want somebody to love?
estou mantrificando
Não consigo don't you need somebody to love? parar wouldn't you love somebody to love? , ah!!









Não tenho nada pra falar nem pra quem dizer ou vontade de reclamar, este corpo está abarrotado e quase que quase que foi lá vendo aquela caxoeirinha caindo ao lado com tantas outras pedras que seguram, mas logologo disse NÃO é hora de ir pra lá das águas, salve salve, que ana, salute, preciso beber essa pinga senão vai chocar com essa quentura mestruada, sangue, muito sangue no ar. E no joelho, duas seringas de sangue por causa do tombo. Por causa da chinela velha que não faz mais trilha boa. Tudo podia ir bem se não fosse essa merda de posição oraculista. Essa merda de posiçao-pata-choca. Não anda, não come, não fala. Mas que hai una fresta que adentra essa janela no fim da tarde dizendo, assim como lá na caxoeirinha, que essa não é a hora de dar pra mãe gaia esse resumo. Ainda há o que decir, mesmo sem banda ou esperança ou sexo ou agulha - há novelos pra desenrolar. Acho que é por aí, por baixo ou por cima...

Antes tu ouvias tom waits
agora nem quer mais saber daquele dia
ou daquele preço que não paguei
Não quer ver nem ouvir
Deveria ter mais categoria te mandar ir se foder
como cada um
faz com cada
um que passa
que fode mesmo
como porcos correndo no cimento
por dentro o posso
em cima da cara lavada
várias camadas
personas e máscaras
vozes saindo por um só buraco
bem alto, direcionado
no alvo -
acertam os patos!
ah, como eu odeio piadas repetidas!


"Era uma galinha tão galinha que aprendeu a nadar pra dar pros patos."
Falcão
Don't you want somebody to love?
estou mantrificando
Não consigo Don't you need somebody to love? parar Wouldn't you love somebody to love? , ah!!

ela é bem amável

22.4.03

Orxáalia - Uma puta espanhola que senta de pernas cruzadas enquanto responde as perguntas do entrevistador que está afim de traçá-la. Porque já me foderam muito na vida. Porque eu quero o extase. Porque nada tem que ser explicado, tudo tem que ser fodido e elevado.
menos ovo e mais putaria, deveria, mas a Urucubaca me paira!
Duas pernas castradas, uma boca que já não mais envereda os caminhos da contra-dicção
"Muito pircing no ar" os médicos vão reclamar na próxima operação.
Meus joelhos são frangos disfarçados de joelhos. Já não me podem mais.
Escorreguei na pedra de Pirinópolis sábado, fui parar no hospital...
Putz, no feriado - tinha que ser. Aí um médico e uma enfermeira. Todos com caras de puta que pariu vai ser doente assim lá na china, eu lá quebradiça com uma cara boa... Claro, porque hoje em dia só o estuprador pra me afetar, dos bípedes eu considero. Coloquei uma tala que me custou um sábado e um domingo provavelmente entorpecente-promissos.
Hoje fui tirar o sangue do joelho e colocar gessos em ambas as pernas. Agora estou aperfeiçoando minha estutura óssea para vias de arrastamento. Só sendo cobra mesmo.

Mas estou aqui vivinha, pro desgosto dos meus inimigos. E a reza vai ter que ser cada vez mais braba porque o bicho aqui tem sorte pra escapar fodido e estrupiado.
Agora vou ver se consigo descer pra cima porque esperança é coisa pra genequine atuar. Um brinde ao abismo, pior ainda pode ficar!

Até esqueci a manha de escrever em blog e isso aqui está parecendo mais uma pasta citações mofadas e inúteis. Caramba, que constatação!
É que tenho dedicado esses últimos meses ao emburrecimento e a anulação. Não parece promissor?
Estudar pra continuar sendo um fodido. Eu devia aceitar isso, passar um pouco de vaselina no caos, dizer o que os outros dizem e fazer o que os outros fazem... Quem sabe um dia isso acontece, "é um processo natural de adaptação", mas por enquanto acho que continuo aceitando que não, é tudo muito doido e a esquizofrenia pode se fixar de uma vez em todo meu futuro pra facilitar minha reconciliação com devir.
Agora que tenho sete dias de ostração e vou reclamar com mais calma!

16.4.03

complexo-ativado,

(...) Na verdade isso mexe com os intestinos. Mas eu sempre estive preparado para o pior. Quanto ao inevitável fim acredito que depois de experimentar tantas sensações diversas, é possível que o espírito ainda não se sinta saturado, mas, ao contrário, exacerbado, e exija novas sensações, e mais violentas, até exaurir-se definitivamente. Ademais, para que acabar? Tudo é claro. Tudo isso, irmão, é uma velha canção. (por Dostoiévski)






13.4.03

Se você já sabe quem vendeu aquela bomba pro Iraque
então de-sem-bu-che!
Eu desconfio...

Companheiro Tom Zé com erro e tudo.
Vamos voltar pra terra da monotonia das restrições familiares. O mundo já está cheio de situações mais ou menos interessantes, fazendo-se desnecessária a invenção de mais alguma. E já de manhã fui atraída pelo movimento de caçar minhocas com meu afilhado que então me disse que foi no zoológico visitar seu próprio cachorro - que era amigo do dino-nossaulo do parque da cidade. Aquilo de ver o próprio cachorro se debatendo com o rex e os animais atropelados pelo automatismo cruel da sobrevivência, acabou recolhendo em mim os membros estilhaçados dos corpos que ainda restaram após a colisão entre os homens. Com esforço ainda pude sentir meu caráter animalesco (ainda que supostamente desnecessário) se comunicando telepaticamente com meu afilhado. As imagens e as bizarries são mais fortes que qualquer linguagem.
As minhocas são cobras pequenas.