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1.1.14



˜Analogia: o poema é um caracol onde ressoa a música do mundo.˜
Octavio Paz, O arco e a lira


retrospectivas expectativas balanços melhorias 
pior antes ou depois? 
e agora assim junto 
minha boca teu pescoço vacila:
nem tudo deveria ser pensado, calculado, estimado, suposto 
sempre rabiscos na intensidade da nave tura & estilística.

como se não fosse mar e impermanência
em seu próprio ritmo, novo e de novo.

sempre o chamado
as ondas, a espuma
as ondas, a areia
as ondas, o céu
as ondas das nuvens
uma cabeça de gato ou cachorro
solamente um barco que me parece de lá chegado

ser humano todos os dias do ano não estava escrito:
algumas memórias, nem precisa
cantorias do sem tempo
aos amigos, elegias.

como se o chamado 
não fosse o próprio rito
asfixia, voz do povo
e na mais alta afeteção
esquematizar de forma a não criar outro mundo
cópia de uma cópia da ideia.



tamara e costa

22.7.13

Tudo é porta
                    tudo é ponte
agora caminhamos na outra margem
olha lá embaixo correndo o rio dos séculos
o rio dos signos
Olha correndo o rio dos astros
abraçam-se e separam-se voltam a unir-se
falam entre si uma língua de incêndios
suas lutas seus amores
são a criação e a destruição dos mundos

(...)

Octavio Paz, trecho do poema 'Noite em claro' (tradução de Claudio Willer, via Revista Agulha

8.7.13

"Ninguém pode se furtar à crença no poder mágico das palavras. (...) A confiança ante a linguagem é a atitude espontânea e original do homem: as coisas são seu nome. A fé no poder das palavras é uma reminiscência de nossas crenças mais antigas: a natureza está animada; cada objeto possui uma vida própria; as palavras, que são os duplos do mundo objetivo, são também animadas. (...) Algumas palavras se atraem, outras se repelem, e todas se correspondem. A fala é um conjunto de seres vivos, movidos por ritmos semelhantes aos que regem os astros e as plantas."


"A operação poética não é diferente do conjuro, do feitiço e de outros processos de magia. A atitude do poeta tem muita semelhança com a do mago. Ambos usam o princípio da analogia; ambos agem com fins utilitários e imediatos; não se perguntam o que é o idioma ou a natureza, mas servem-se deles para seus próprios fins. Não é difícil acrescentar outra característica: magos e poetas, diferentemente de filósofos, técnicos e sábios, extraem seus poderes de si mesmos."

 Octavio Paz, O Arco e a Lira, via Claudio Willer