15.1.18

retorno de urano

revirando cobras e poeira, gritos ainda ecoam:

perdoa, minha menina, a espada atravessada

palavra

perdoa, medo muita raiva

ainda estou [palavra]

exprimo espada, espanto boiada

de líquidos, palavras

amontoado letroso entre paredes ressurge o pássaro primeiro 

- território ocupado

abaixo agora médio umbigo pulsa raivoso

meu corpo estrutura

mil fugas da vitrine fama armada

quatro pássaros atravessam solos

elegantemente confiantes e

descampantes, traçam abertura ao sofá estreito

fecho o plexo e desapareço no quarto ácido minguante de minhas memórias

camisa menina, minha mofada

teu nome apagado, sucessivamente, ergo:

minhas escrituras de presentensas fugas

as matemáticas da pala

as valas águas represadas

as desárvores de escuros da infância fuga

perdoa e vai

peito, mancha perfura abre

canelas, minhas pernas

café, minhas coxas

atravessa

as bocas fechadas dos sapos

o espelho grotesco, refaço:

nunca mais eu num volto minto?

sob o signo do terceiro olho


seguir nasciendo.