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- uh - vibra o primário - mãos acima abertas - olhos fechados -
a dança é a passagem
o denso é a pupila
olho é o cão-coragem.
corredor também é passagem e estreito-pouco é saber-se o corpo pouco e até flexível - de virada passa. nessa hora desponta um relógio-fusco-luxo de ponteiros afiados. não há tempo nem espaço. só corredor: passagem e fios de nylon para hipopótamos, esses lançados à estilingue no tempo das árvores e da espera necessária. espera, esperança, espetáculo, estafo.
- tome aqui um lencinho, uma água, respira... relaxa.
O suor fede no nariz de quem é tapado. de quem nunca vazou. de quem não saiu pra comprar cigarros e esqueceu de voltar ou simplesmente não quis mais. porque o cigarros fazem mal principalmente àqueles quem não têm pulmão pra mutarelli. pros que respiram curto pra economizar ar ou evitar constrangimentos, entradas, aberturas completas ou pássaros, insisto. quando o ar está preso, passarinhos sulistas alçam vôo centro-oestizantes em meio ao frio que faz aqui nesse ar de cerrado - máscaras de ar não caem sobre nossas cabeças, o avião arquitetado explode e ninguém vê. mas é faz tanto frio de manhã e quando acordo não dá vontade de ir fazer uma paz odiosa, porém cheirosa e bem aparentada. uma paz sem ar. uma paz de gravata borboleta empalhada. ou pomos ou pombos - devidamente sufocados.
esse tempo de invasões
onde corredores e papas avançam como fios telefônicos
avanços tecnológicos
aumento de geladeiras
de torturas invisíveis.
- então hermanita, tá mais calma?
contei até dez, onze, duzentos, setecentos, milhões, silvio santos, roleta russa, polonesa, tortura chinesa, pão italiano, circo dos horrores, palhaços, palmas, tapas. vi tudo junto na panela de barro da negrinha da tua cozinha - eu e meus serviços prestados, minha revolta ao centro da mesa, minhas mãos amarradas, olhos arregalados, pupilas cintilantes - e uma caneta:
querem minha assinatura.
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