27.3.07

For dummies - Ou por uma vida menos cavalo




Daqui, nem tão distante quando você pensa
nem de tão perto quanto pareço
vejo cinco homens;
um de fronte ao outro
entre eles me anulo e me fundo
num círculo esfumaçado e reluzente
de despropósitos.

Um se levanta e vai embora antes que a bola chegue em seus pés (ou dedos)
Outro levanta e grita mais alto, suspenso
Um gargalha (vejo seus pinguelos)
Um se cala e fixam-se olhos, nus
Outro amonta em cima dos cinco
Porque pra se sobressair é preciso ser muito cavalo.

Então galopa, nenê
Por cima dos cinco ou dos quatro? Dos cem, dos mil
Das plantas, animais, idéias, presentes e pertences
Tudo que for passível.

Galopa, mas preenda bem as pernas
E trave bem o que tem entre as coxas
Porque se tu cai também
É mais um que vem por trás, te arrombando os lados trôpegos.

De fronte à vitrine
Todos olham seus reflexos
E não se sabem além do couro
Porque pra ser homem é preciso ter estômago e osso
E muito bago.

Tentam não vomitar
Mas a tentativa é só mais um argumento
inválido.

Moral: Compre um gato, dê-lhe o nome de Corsário-satã e tente montá-lo numa sexta feira 13 do ano em que Saturno fecha o ciclo. Daí são outros quinhentos vezes cinco.

Um comentário:

João Filho disse...

My Dear, postei um poema depois que vc deixou aquele comentário. Beijos.