Algum lugar entre nós. No espaço mínimo entre dois corpos no espaço que construo adentro, um espaço que penetra mais uma vez no tumulto de tantos outros.
Entro na biblioteca, não.
Entro na sala, não.
Entro em nada, estou fora deste corpo e ela agora encontra outra que ainda não entrou porque achou inútil estar em algum lugar sem estar.
Mesmo assim continuo entrando em vários espaços e vou com meu cérebro tarado andando com o rosto estranho, estampado na janela do ônibus lotado. Muita gente junto e nenhum espaço pro outro. Salto dentro do espelho e me afogo em mim. Jejum - biscoitos com sabor de picanha.
Não como carne. Como biscoitos aromatizados falsamente.
Egoegoegoegoegoegoegoego - está escrito na boca do discurso e na curva do espelho.
Traço um espaço entre minha imagem refletida e o que vejo. O que vejo? Não eu, claro. Impossível, há falta de tato e desconheço esse cabelo. Eh, cortei mais um pedaço.
Uma vez, no meu quarto, uma que são várias programei um desejo bem grande e além. Naquela época conversava bastante com o espelho e acredito que essas imagens não me perseguiam tanto. Estava em outra vibração procurando, na mesma, alguma direção e retomo ao retrocesso na procura de mim. Grandes quedas, uma pedra, uma palavra de merda acabando com vários dias a frente. Força, força pra encarar a diária ordinária ou coragem pra voltar ou fugir daqui. Morrer em mim um tempo sem fim depois renascer outra, quem sabe é a certeza de um fim não previsto. Derrepente e pronto, nada mais existindo.
Paz existencial.
Projeto existencial correndo em minhas pernas cansadas, chuva no rosto e várias sacolas do almoço pegando chuva aquática.
- Na chapa é bom que não suja!
Cachorro-quente-amassado.
Muita preguiça de responder. Obrigado.
Muita ausência de palavras.
Demasias sem motivo.
Demais, insônia e moscas.
Mosquitos, baratas e restos de club social pelo quarto de outra madrugada.
Chegando em casa vazia, outra vez, sem ninguém pra me cobrir quando eu desmaiar de sono descoberta. Descoberta. Descoberta. Eureca! Mileurecas, centeurecas, diarecas, todorecas, dorotecas...
Uma pessoa que passa com um cartão na mão. São as águas da projeção. Coincidência, de brasília ela também. Veio com a família, a diferença. Segurança. Sabia que já tinha visto seu rosto estampado lá. Em algum lugar senti sua presença. Confundi com uma menina da aula de piano.
Eu quis ser pianista porque meu pai quis.
Depois decidi tocar violão sozinha. Peguei umas aulas básicas perto de casa depois autoditatei-me e hoje tenho um violão que troquei pelo teclado que meu pai me deu de presente.
Um mosquito na minha orelha, eu mato com a mão na perna.
Ele está morto em cima de mim.
O violão está em cima da cama.
Quero sair desse corpo de uma vez, esta noite. Quero ir e voltar e ver onde vamos parar enquanto vou sem pensar, com o corpo não, preciso me livrar dessa pressão antes de sucumbir. Antes de pirar de uma vez.
Pairando pessoas por toda parte.
p.
pontos no aquário. Desejo ser um peixe luz. Um aquário redondo e o peixe lá tristinho porque está sozinho. Sabe o que fazer? dê-lhe um espelho então ele acorda suas barbatanas e volta a sorrir antes de ser engolido pelo... pelo... pela fome. Morreu de fome, eu acho. Tinha um peixinho vermelho no meu armário, tomate o chamo. Olá, tomate da feira do paraguai.
"Moro num aquário redondo e quando vejo um espelho abro meus braços depois morro."
Peixe narciso. Morreu cedo.
Estou com medo.
De quê?
De mim, de você, não sei.
Você pisa enquanto durmo e tenho medo do escuro. Medo de ficar sozinha outra vez. Medo de não renascer como sempre, a eternidadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee..................................
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