2.12.02

Um buraco - pra sempre um furo

Não quero entrar neste jogo e ao mesmo tempo contraio minhas pernas na janela e amasso este panfleto de outra festa. De outro dia. Amasso com as mãos e você olha para elas e pensa em segurar esta bolinha que fiz com uma das mãos que toquei. Uma bola pequena, sem problemas, sem colapsos. Faço outra igual. Uma outra maior. Veja minhas mãos. Estou crescendo. Não, não é isso que você procura. Mas o que faz aqui? Não, não faço filosofia, mas faria. E tantas outras coisas que você nem sabe, nem precisa saber desse jeito, neste agora. Que me deu. Dor. Me dá e só consigo estar em mim e codificar meus destroços. Pra quem? Não importa, escreva tudo porque é preciso materializar essa coisa antes que ela te sucumba. Antes que vire merda. Faça uma bolinha, faça alguma coisa logo e Não morra agora. Faça ficção. Isto é uma boca, com dois brincos de cada lado, três adentro e estamos no ato com as línguas dando rapidinhas dentro de um buraco escuro. Você foge e eu grito bem alto que tem uma luz lá na frente que ainda não vi. Não, não procure o ponto. Ache, e além do mais você está achando e fugindo e eu sou volúvel agora porque tenho medo mas nunca digo e preciso me apegar as coisas, assim, sem compromisso e de um jeito que ainda não explico estas.
Digitais.
Não alcanço o alce da tua chance e me perco nos códigos. Me perco, eu digo perco o começo, se é que tivemos, até nunca mais, nunca mais pra sempre até. Melhor não acordar ao teu lado. Pra sempre adeus. Está dito.
Você não disse isso! Digo que digo sim e porque foi o que estava me permeando, pra sempre sempre e nunca. Nunca! Foi isso que segurou meu corpo ali preso. Pronto. Estou contra mim, contra partida e corrente amarrada; correntes nos braços e naquelas mãos só tuas - naquele dia. Não divido com ninguém. Atenta. Não há horas nem tempo contínuo. Amasso as bolinhas e volto para a bolha. A música tentando entrar no fluxo descontínuo de sinais que capto, capto às vezes e me entrego unicamente. Nesta hora entrei na tua bolha, foi lindo. Até eu entrar dentro da caixa de - malboro - vazia e ficar lá dentro pra sempre. Um buraco e um brinco, duas línguas e quatro brincos. Outro buraco onde a luzinha acendeu e voei longe e pra sempre é pronto, nunca mais.

Nenhum comentário: