16.3.12

unabomber Maiakóvski

DE "V INTERNACIONAL"


Eu à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se eu falo "A"
este "a"
é uma trombeta-alarma para a Humanidadade
Se eu falo
"B"
é uma nova bomba na batalha do homem.

1922
MAIAKÓVSKI; poemas | traduzido por Boris Schnaiderman, Augusto e Haroldo de Campos. 

3 comentários:

Gabriel Arcanjo disse...

Ode a Sierguei Iessienin.


Tempo morto,
Tempo demasiado dormindo acordado.
Iessienin se enforcou em Leningrado,
Tempo de desilusões. tempo passado...
Como cogitar enigmas
Se a minha cota de rimas está esgotada?
Na sua boca cerrada, Sierguei camarada,
Mais de setenta anos nos separam
E o Oceano Atlântico...
Nem socialismo ou comunismo que nos baste...

Tempo de desilusões, ébrias noitadas...
Eu digo: Basta!
Basta!
Basta!

Hora de armar barricadas,
Arrumar as malas,
Tirar o pó dos poemas: Inúteis...
Inúteis...
Inúteis...

Tempo de desilusões, eu repito.
Onde estão os meus sapatos?
Onde estão os meus amigos?

Só um bilhete na cabeceira da cama ficou.
O sangue coagulou o poema, Sierguei Iessienin.
A posteridade está adormecida no seu leito de morte.

Tamara Eleutério disse...

atmosfera de textos anteriores
poética da leitura
poema-visita
merci Gabriel do canto sublime
- não há um cadáver aqui.

Gabriel Arcanjo disse...

Bem sei disso.
Aqui somos a ópera dos vivos.
Obrigado pela atenção.