22.6.10

menino, o homem.

o menino que era o homem entre os bípedes. ele atravessou a rua despretencioso. parou na calçada. olhou para ela. teve certeza. depois do abraço-urso teve certeza outra vez. talvez tenham sido os olhinhos somados aos dentinhos que juntos - ainda que separados - reluziam algo que de pureza ainda tinha no menino, o homem. o homem entre os meninos. e depois foram silêncios, horas sem dizer nada (hora-abraço). dorme o mal-dizer, as assombrações e tudo aquilo que não deveria ter sido dito. nina tinha no peito algo que batia lento, reduzida a quase nada a força da ânsia. vão-se os corações e quando fica o sorriso há esperança. sim, era o menino. ele estava por perto e sentia pelos dentes dela. e eram símbolos e era tão novo mesmo sendo repetido. era manhã e era cama e era noite e era cada vez menos (menino).

"O eterno é a leonidade que nós vemos no gato." Paulo César Peréio

3 comentários:

Shorthings disse...
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Shorthings disse...

E e bem isso mesmo que acontece por aqui. so que os olhos daqui nao podem ser lidos de forma alguma. neguinho nao deixa. So tou querendo mostrar que existe vida apos a decepcao. eu sei bem disso. mas neguim nao quer! O menino ja se foi. Agora e um homem perdido ou que calcula friamente seus movimentos. E eu doida tentando decifrar os codigos!! Espero que meninos se tornem homens. Ja estou na menopausa sofrendo com os malditos calores. Adorei seu texto. Saudades sempre. RAFA. XX

Tamara Eleutério disse...

vida após a decepção. é isso mesmo - deve haver uma vida após a decepção, e nesta vida os acontecimentos são diretamente proporcionais as desventuras das ocorrências anteriores. é como se a cada momento algo disesse - sim, é possível. tá vendo, com essa pessoa acontece. as vezes é o que não aconteceu (o drama).

saudade é a minha.