trecho do Conto de Antón Tchekhov
A quem confiarei a minha dor?
"— Hi! hi!… é mesmo…
— Pois bem, "é mesmo", corre!… Será que vais correr sempre dessa maneira? Sim!… Então, queres apanhar ?
— Estou com a cabeça estourando… diz uns dos grandes. Ontem, à noite, na casa de Dukmassov, Vaska e eu bebemos quatro garrafas de conhaque.
— Eu não compreendo como é que se pode mentir assim! indigna-se o outro grande. Êle mente como uma égua!
— Que Deus me castigue se não fôr verdade!
— Verdade como seria galinha com dentes, lona sorri:
— Hi! hi! que gente alegre!…
— Que diabo te… exclama o corcunda. Não queres correr, "sua" peste? É assim que se corre? Dá-lhe com o chicote! Oorre! Diabo! Dá-lhe uma boa chicotada!
Iona sente nas costas o corpo do corcunda que se mexe e ouve a voz que treme; ouve as injúrias que lhe dirigem; olha para as pessoas que o cercam e começa a sentir saudades da solidão. O corcunda berra até ser sufocado por um palavrão de arripiar os cabelos, ou tomado por um violento acesso de tosse...
(...)
Não ganhei nem sequer para a minha aveia, pensa êle; aí está porque me aborreço!… Um homem que faz o que tem que fazer, quando come bem e o seu cavalo igualmente, está sempre tranqüilo."
*Esse texto foi retirado de consciencia.org, disponível por completo neste link
3 comentários:
li e vi que era bom. não quer ser minha parceira?, estou pensando em editar um blog sobre cinema, mas não conheço ninguém fluído... me mande um e-mail!, e, às cargar óbvias de pessoas públicas, não me mande tomar; é sincero o comentário. quais são seus filmes preferidos?
owwwww@gmail.com
um e-mail desses às 8:00...
se ainda fosse um e-mail...
Postar um comentário