4.11.09

poema (2007) - releituras

Feriado finado
recuerdos (a todo instante)
que ao invés de transubstanciar,
preferimos, como sempre,
entoar
durante três dias seguidos
a ode-açougue à nossos entes
numa tentativa
de relembrar a forma decadente,
e reafirmá-la a qualquer custo.

Instruções:
Amar o defunto
e demais corpos decrépitos.
Compactuar com as fragilidades;
perfumá-las de flores,
se apegar e depender de qualquer coisa-elo que assim nos ligue.

Compreende quem pode/ Compreende quem morre. (Merci Bataille)


* Este incrível poema foi escrito pela Srta T. em 2007, inspirada pelo Dia de Finados (e por papai - já fagocitado).

2 comentários:

macaubas disse...

tamara sua filha duma floricultura. impressionista. fala serio, sinto o perfume disso. essa volta. vamoquevamo. que, ou antes ou depois, existem palmos. sete ou setenta. depende, sobretudo, daquilo que nos faz menta.

Tamara Eleutério disse...

até hoje eu sinto o perfume também - aquela de flor enterrada.