3.1.10

"O que me assombra na loucura é a distância - os loucos parecem eternos. Nem as pirâmides do Egito, as múmias milenares, o mausoléu mais gigantesco e antigo, possuem o marco de eternidade que ostenta a loucura. Diante da morte não sabia para onde voltar-me: inelutável, decisiva. Hoje, junto dos locucos, sinto certo descaso pela morte: cava, subterrânea, desintegração, fim. Que mais? Morrer é imundo e humilhante. O morto é náuseo, e se observado, acusa alto a falta do que o distinguia. A morte anarquiza con toda dignidade do homem. Morrer é ser exposto aos cães covardemente." Maura Lopes Cançado, in Hospício é Deus

Ver também: Crematório Metropolitano VIDA PERPÉTUA, em Valparaíso (GO) - fotos

2 comentários:

Gabriel Pardal disse...

Li teu texto lá no cronópios e achei muito bonito demais! vamoquevamo. é das cousas que se atiram que precisamos. [você escreve coisas menores? textinhos, poemas? tenho uma revista virtual e gostaria de te publicar por lá...]

Tamara Eleutério disse...

... temos dos grandes, mas também dos pequenos, só fazer a encomenda. INDOQUESEFOMO.