24.10.18
24.8.18
Wilhelm Reich não interrompido
[A humanidade correu sempre atrás de cada ínfima parcela de esperança e de conhecimento. Mas depois de três milênios de pesquisas, de tormentos, de sofrimentos, de assassinatos punindo heresias, de perseguições por faltas aparentes, ela não conseguiu mais do que algum conforto para uma minoria, sob a forma de automóveis, aviões, frigoríficos e aparelhos de rádio.] em O assassinato de Cristo
[Por isso, aqueles que não têm fé no processo vital, ou que a perderam, estão à mercê da influência subterrânea do medo à vida, que dá origem à ditadura. O processo vital é inerentemente 'racional'. Torna-se 'distorcido' e grotesco se não lhe é permitido desenvolver-se livremente. Quando se 'distorce' o processo vital, pode-se apenas engendrar o medo. Somente o conhecimento do processo vital pode dissipar o medo.] em A função do orgasmo
"Fui acusado de ser um utopista, de querer eliminar do mundo a insatisfação e salvaguardar apenas o prazer. Entretanto pus e preto no branco ao afirmar que a educação convencional torna as pessoas incapazes para o prazer — encouraçando-as contra o desprazer. O prazer e a alegria da vida são inconcebíveis sem luta, sem experiências dolorosas e desagradáveis auto-avaliações. A saúde psíquica se caracteriza não pela teoria do Nirvana dos iogues e budistas, nem pelo hedonismo dos
103epicuristas12 ou pela renúncia do monasticismo; caracteriza-se pela alternância entre a luta desagradável e a felicidade, entre o erro e a verdade, entre a derivação e a volta ao rumo, entre o ódio racional e o amor racional; em suma, pelo fato de se estar plenamente vivo em todas as situações da vida." em A função do orgasmo
[PENSAMENTOS DE IMPORTÂNCIA
Pensamentos de importância
são construídos como catedrais
que alcançam os céus
como se quisessem voar.
Avante, proclamam
desde as profundezas do mar
ricos como o avolumar-se
de um desígnio cada vez maior.
prescrutemos os céus
alcancemos as escretas
arrebentemos o grito
transcendendo todas as barreiras.
em Contato com o espaço]
19.6.18
deixa no
Não deixe pessoas de seu
Sustentáculo,
Meninas não,
Senhoras não,
Meninos não,
Senhores não,
Nada no intermédio
Nenhum desses,
Não deixe pessoas de seu
Sustentáculo.
Ao invés,
Sustente acima da areia,
sobre aterros,
Erga-se em piscinas,
Acima de cemitérios,
até sobre a água,
Mas não coloque nada sobre pessoas.
Elas são uma aposta ruim,
a pior que você pode fazer.
Alce também algo
em qualquer outro lugar,
qualquer lugar,
mas em cima de pessoas,
sem cabeça, sem coração
multidões de gentes que
esfuracam os
séculos,
os dias,
as noites,
as vilas, as cidades, as
nações
a Terra,
a estratosfera,
esfoladas todas as chances
aqui,
totalmente destroçadas
até
então
agora
e amanhã.
Qualquer coisa,
exceto pessoas,
é um motivo que vale a pena
ir em busca de.
Qualquer coisa.
*poem Let Not, de Charles Bukowski, aqui livremente traduzido/revisitado por tamara e costa.
15.1.18
retorno de urano
revirando cobras e poeira, gritos ainda ecoam:
perdoa, minha menina, a espada atravessada
palavra
perdoa, medo muita raiva
ainda estou [palavra]
exprimo espada, espanto boiada
de líquidos, palavras
amontoado letroso entre paredes ressurge o pássaro primeiro
- território ocupado
abaixo agora médio umbigo pulsa raivoso
meu corpo estrutura
mil fugas da vitrine fama armada
quatro pássaros atravessam solos
elegantemente confiantes e
descampantes, traçam abertura ao sofá estreito
fecho o plexo e desapareço no quarto ácido minguante de minhas memórias
camisa menina, minha mofada
teu nome apagado, sucessivamente, ergo:
minhas escrituras de presentensas fugas
as matemáticas da pala
as valas águas represadas
as desárvores de escuros da infância fuga
perdoa e vai
peito, mancha perfura abre
canelas, minhas pernas
café, minhas coxas
atravessa
as bocas fechadas dos sapos
o espelho grotesco, refaço:
nunca mais eu num volto minto?
sob o signo do terceiro olho
seguir nasciendo.
perdoa, minha menina, a espada atravessada
palavra
perdoa, medo muita raiva
ainda estou [palavra]
exprimo espada, espanto boiada
de líquidos, palavras
amontoado letroso entre paredes ressurge o pássaro primeiro
- território ocupado
abaixo agora médio umbigo pulsa raivoso
meu corpo estrutura
mil fugas da vitrine fama armada
quatro pássaros atravessam solos
elegantemente confiantes e
descampantes, traçam abertura ao sofá estreito
fecho o plexo e desapareço no quarto ácido minguante de minhas memórias
camisa menina, minha mofada
teu nome apagado, sucessivamente, ergo:
minhas escrituras de presentensas fugas
as matemáticas da pala
as valas águas represadas
as desárvores de escuros da infância fuga
perdoa e vai
peito, mancha perfura abre
canelas, minhas pernas
café, minhas coxas
atravessa
as bocas fechadas dos sapos
o espelho grotesco, refaço:
nunca mais eu num volto minto?
sob o signo do terceiro olho
seguir nasciendo.
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