22.3.13
#30bienal | Ricardo Basbaum | Conversa-coletiva 1: som, fala, voz, texto
Conversa-coletiva 1: som, fala, voz
Texto por Ricardo Basbaum, Brandon LaBelle, Reuben da Cunha Rocha, Pedro Esquerra, Alexandre Fenerich, Rafael Amambahy, Gustavo Torrezan, Dalila D'Cruz, Thiago Roberto Alberto, Anderson Vital, Artur Kirchenchtejn, Mirian Steinberg, Laura Uchôa, Tamara e Costa.
5.3.13
Pilar também se levanta, in Brasília é uma Festa
Brasília é uma festa - concurso de literatura
Organização: Giovani Iemini
Teixeira gráfica e editora, Brasília (DF), 2012; 204p. Apoio: FAC/GDF.
*Obra licenciada sob uma Licença Creative Commons.
PILAR TAMBÉM SE LEVANTA
* Conto publicado na Antologia (sexto lugar)
“Nos dois planos, quero dizer. Cada gesto seu
tem dois gumes.
Ordem, Desordem,
Unidade, Anarquia,
Poesia, Dissonância,
Ritmo, Discordância,
Grandeza, Puerilidade,
Generosidade, Crueldade.”
Antonin Artaud
- Você pensa que é Deus? – ela me perguntou, com
alguma surpresa.
- Não – respondi. – Meu nome é Seth mesmo. Acredito
na vida privada, em demonstrações espontâneas de carinho, em música, poesia,
literatura e pessoas antigas.
- Então, para onde vamos, Sr. Sessé?
- Para casa. Vamos comer biscoitos com café.
- Pilar pode vir?
- Não, isso é passado. Deixe-a descansar.
- Você acredita mesmo que ela se matou?
- Não. Acho que foi assassinada.
- Mas se você sabia que ela estava no cio, por que
não a prendeu?
Pilar era a nossa gata. Lou insistiu que deveríamos
ter um animal em casa. Ronronei em seus pezinhos, salivei quando a vi chegar em
casa, lambi no meio de suas pernas, e no chão constantemente me punha a roçar em
seus pés em troca de alguma afeição. Descontente com o animalzinho que eu vinha
me tornando, Lou e eu deslizamos até a esquina da 710 Norte, onde estavam
expostos no petshop alguns animais abandonados. Tristes jaulas. Foi ali que resgatamos
Pilar. Ela com olhinhos trincados de um secreto amarelo, e o pelo metade
branco, metade negro, como a sombra de um vulto de mulher de algodão-doce com
os pés em chamas flutuando neste cerrado de queimada natural. Voltamos para
casa.
Comecei a espirrar. Para mim era difícil conviver em
qualquer ambiente de vínculo. Os pelos dela, confortavelmente dispostos no ar,
invisíveis, insinuavam sua alma insistente e presente, a alma de Pilar, tal
qual a sombra dos escritores que habitavam nossas prateleiras, motores colados
ao livros. Entre a farta coleção de malditos e a de vinis e quadrinhos, Pilar
se aninhou. Abriu vão que se abriu entre A
Insustentável Leveza do Ser e A
Essência dos Sonhos. Ah, querida Lou, sempre foi difícil me opor à ti,
resistir às suas vontades, rompantes. Muitas vezes desejei ser mulher para
poder te recusar. Mas eu não era.
Estávamos em busca da nova escala, da nova
perspectiva, da Capital do País do Sol, sim, seria. Ainda a ser criada, sim
seria nossa. Ergueríamos com nossas delicadas mãos de artistas, tijolo por
tijolo, unidos somente por fragmentos de sonhos e compostos de leite e mel, tal
qual o presságio de Dom Bosco. Assim dispostos o que era concreto, passearíamos
descalços pelas planícies com os olhos esbugalhados e tranquilos frente às riquezas
circundantes. Pássaros oleosos, voaríamos gozosos pelas superfícies deste
cerrado. O
céu ao contrário: cascalho, húmus, raízes, restos, ossos, fino-fundo. Enxergaríamos
no vazio do céu que agora nos encharca de cores, as mais planas descobertas deste
farto seio de terra, onde formaríamos nosso lago modulado de tinta celeste e
espectros de fantasmas de nossos tribais antepassados. A capital de nossos
sonhos, ergueríamos.
Primeiro, o sonho de Pilar. Em seguida, o Plano
Piloto.
Para mim, Brasília (que as pessoas chamam de capital do Brasil) é composta de um número indefinido de pessoas ordinárias e extraordinárias, algumas mais ventiladas que as outras, tudo bem, tendo em vista que o ar seco nos faz sufocar, muitas vezes até as palavras. Devido aos amplos espaços vagos e a baixa densidade demográfica, de qualquer ponto vemos o céu: perpetuamente. Para quem vê de cima, Brasília é acompanha o desenho de pássaro ou um avião. Para os especialistas, a cidade da construção civil, da técnica rodoviária aplicada à urbanista e do urbanismo modernista - onde é nítida a separação entre o tráfego de veículos e o trânsito de pedestres. Para os mais otimistas, o centro do desenvolvimento nacional e da imigração interna. Para os intelectuais, uma espécie de vulto do empreendimento humano e artístico. Para os viajantes, um avião cheio de superquadras com a comodidade da vida comunitária: escola, comércio de bairro e igreja. Pela arquitetura, urbanismo e paisagismo, Patrimônio Cultural da Humanidade. Tal título lhe garante proteção e conservação? O Plano Piloto de Brasília, do urbanista Lúcio Costa, foi pensado, basicamente, a partir do cruzamento de duas linhas: eixo norte-sul, principal via de comunicação entre os setores residenciais e o eixo monumental, onde foram mais tarde foram erguidos os monumentos de Oscar Niemeyer.
Apesar de ter nascido nessa terra de poucas revanches,
somente quando tinha quadro ou cinco anos pude fotografar com os dentes afiados
da memória uma imagem fixa de Brasília. Uma espécie de yin yang se formava logo
na Ponte do Bragueto. De um lado, devidamente geométrica, estrategicamente planejada,
ousadamente racional, muito parecida com uma Bélgica. De noite, as luzes
amarelas, cuidadosamente espaçadas, nos remetiam silêncios e geometrias
pacificadoras. No entanto, anos depois de aprofundar minha visão, era como se
do amarelo das luminescências ao passear pelo Eixão tivesse em seu profundo um
silêncio de vapor fluorescente, cor que agora tomava conta da cidade. Na minha
visão de transeunte limitado – eu nunca tive carro – essa Brasília a que tanto
preservam, era também uma espécie de feiticeira pagã a evocar signos arcaicos
de poder, ébrios de pássaros quase irreais. À esse lado do qual me aproximo, costumo
chamar-lhe Paranoíndia. Brasília quieta
e inquieta às vezes irrompia em meu semblante irregular nas noites em que
estive mais sozinho. Era como se fosse uma companheira dupla-face, e quando eu
estava neste ou em outro estado, parecia comunicar-se comigo fantasmagoricamente.
Brasília se parecia com Pilar, nó que me apertava na garganta.
De vez em quando minhas primas tentavam me convencer
que Brasília era a grande solução para nossa família de imigrantes mineiros.
Acontece que, apesar do lado planejado e racional, também era apontada como
grande corrupta e entre os aspectos fundiários & a crescente especulação
imobiliária. Repetem eles que, quem nasce em Brasília precisa passar em concurso
para continuar vivendo nela, usufruir do Lago privado de águas encobertas por
minorias de lanchas que resistem solitárias no translado Norte e Sul. Ouvi sem
horror as histórias da festa dos afogados. Alguns tios candangos me acusavam de
ser um dos brasilenses que tinham desistido do Plano e, por conseguinte, me
responsabilizavam pelo que tinha acontecido. Digamos que a essa altura da vida,
eu era muito jovem e ainda aceitava o que minha família dizia a meu respeito.
Conheci Lou na Faculdade de Artes Dulcina de Moraes. Ela fazia esculturas de grandes tetas e gordas mulheres de grandes buchos. Sua mãe, uma tal “princesinha do pó” do Rio de Janeiro, tinha chegado em Ceilândia, em meados de 70, para reestabelecer-se. Ela tinha o vírus no sangue, herdara o gene, mas pouco falava de seu cabuloso passado. Teria comido farinha com a própria mãe? Sim, frequentávamos festas encharcadas de birita e pó. Ela não fazia muita questão de enfiar nada pelo nariz, e mandava pra dentro todas possíveis, para depois, no fim da noite, acalentada, dizer às mocinhas carentes que resolveria o problema delas com o circuito do próprio ventre. De costume, Lou terminava a noite com movimentos de vai e vem, enquanto segurava a taça de plástico de vinho aguado e olhava centrada para os resilientes, com olho de bicho. Depois, durante madrugada, andávamos pelas imediações do Conic. Não buscávamos sexo fácil ou circulação de drogas. Éramos algo que escapava à lógica dos Eixos, deslizávamos fácil sempre em busca de nossa Brasília. Na praça central do Setor de Diversões Sul (SDS), visíveis mas invisíveis, nos desenrolávamos finalmente nus entre pessoas de todos credos, gêneros, descendências e classes sociais. Dividíamos nossa cama nada nada com as vitrines das lojas do edifício concentrado. Escritórios, bares, lanchonetes, salões de beleza, igrejas evangélicas, produtos de magia, óticas, cines pornôs, camisarias estampadas de suas mensagens próprias faziam mais de seis paredes ao nosso redor.
Acordei e, naquele dia, Lou estava parada em frente à
Igreja Universal. Acordou e decidiu que conversaria com todos que procurassem
escapatória para o plano de, no dia seguinte, acordar e trabalhar. Era
fevereiro. Uma senhora negra de cabelos ﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽﷽nina
dissaordin cnse. e a velha me confirmara.hos.a. pe Central. e tremia como se
fosse um boquandolexiaco menina dissespantalhados e roupa
esfarrapada passou por ela e lhe ofereceu a leitura da sorte. Eu estava de bom
humor, vendo tudo ali bem ao lado, matando zumbis há mais de doze fichas no
fliperama. Mesmo achando que aquela era a verdadeira Senhora do Nosso Azar, pedi
a ela que me fizesse uma consulta, ali mesmo em cima da máquina de pinball. A velha imediatamente montou
uma cruz céltica e começou a abrir o baralho.
- O
noroeste não foi descrito no Plano Piloto – afirmou a senhora, revelando-me a
primeira lâmina, a Dama de Paus. - Sim,
você teve sorte de viver na capital brasiliense antes do impacto Noroeste. Por
isso, a presença do Lago Paranoá irá te acompanhar por todos os lugares. Mas,
meu filho, infelizmente não vejo bons fluidos. Brasília é uma festa, mas vocês
não foram convidados.
Pensei rápido.
O arquiteto estruturalista, místico e tão antenado, teve o culhão de expor sua
bola em via pública, em frente à Catedral, que por sua vez já sabia que na
Reserva Indígena da Fazenda Bananal esteve enterrada a cabeça do Grande Korubo.
Sim, traçou seus fálicos monumentos em áreas de pouca afundabilidade. Afinal, ninguém ousa querer ter as próprias bolas
enterradas vivas, não é mesmo? Tudo que interferisse nas diretrizes do Plano
Piloto deveria sofrer consequências no Plano Astral. Sim, estava escrito e a
Velha Azarenta só me confirmara.
- Entendi – disse sem maiores traumas e
continuei atirando nos zumbis. – Então, quer extravasar um pouco e dar uns tirinhos comigo?
- Não
gosto de gente morta. Quero notas – ela exigiu.
Deixe-me
explicar. Tirinhos é meu jogo
favorito. Tinha insistido para que a cartomante do baralho do azar aceitasse
umas fichas de Kill Zoombies, que
jogasse comigo. Mas ela queria ir embora. Infeliz, mas ainda no jogo, saquei três
notas de dois reais e pedi a ela que fosse em paz e que levasse seus demônios
consigo, os meus eram suficientes. E assim, continuei atirando enquanto Lou
conversava com o dono do bar, entre outros caras estranhos que passavam com
outras propostas. Contudo, pensei enquanto atirava, a catástrofe que a velhota
tinha previsto já tinha se iniciado há um tempo e, em poucos anos, os
monumentais prédios dos riquinhos cegos para os miquinhos espertos estariam a venda:
o metro quadrado mais caro ao Brasil. Sim, os caras burlaram o parque ecológico
Burle Marx, colocaram os excrementos da cidade, que já vinha tendo suas
configurações originais alteradas em função de um estacionamento para
universitários, bem ali, debaixo do tapete. Nossa cidade constantemente nos revela
que oculta as verdadeiras verdades que ao Plano desagrada. Para dar conta da
demanda de carros (1 por ser humano), o estacionamento do UniCeub já tinha ocupado
uma generosa encosta do Parque, território antes ocupado por traficantes que ali
faziam bom uso da terra fértil.
Éramos assíduos no centro da capital. As pessoas já
nos conheciam. Passeávamos artistas, músicos, skatistas, crianças, adultos,
gente de todas as idades, vindos dos mais vastos ventres da mesclada
brasilidade. A interação e familiarização com o lugar, sempre um traço marcante
entre nós. De um lado, assistíamos as crianças brincando e correndo, do outro,
bancos e comércios e contra o fluxo, skatistas realizando manobras em rampas, escadas,
estacionamentos. Circulávamos entre dolas
de cocaína colombiana impregnados do fogo colado à nossos pés cansados. Costumeiramente,
mambembes se apresentavam somente para nós. Algumas vezes, pessoas dançavam em
frente às caixas de som, enquanto tragavam cervejas e papos, talvez sentados em
bares vazios. Éramos naturais e espontâneos. Cheguei a pensar que não
deveríamos ter nascido aqui, e que de fato, de nascença, estávamos no lugar
errado.
Um dia, sentados no Caldo da Boa Esperança, no
Recanto dos Desesperados, na 410 norte, o Faraó, o andarilho dos livros, deixou
em nossa mesa um livro de um tal de Ezio Flavio Bazzo: Lênin nos subterrâneos do Conic. Aliás, é preciso também lembrar que
depois me recomendou Dymphne, A Santa
Protetora dos Loucos, cuja magnífica lista de hospícios e referências
bibliográficas devo mencionar, como quase todos os livros dele. Talvez esses
escritos tenham me salvado o rabo de piores tormentos.
- Agora feche os olhos e me diga uma palavra –
pediu-me Faraó.
- Gato – respondi, e ele fez um lindo poema que já
não me lembro mais. Talvez tenha dito “Gatos são telefones”.
Fiquei pensando em como Pilar adorava dormir perto
das tomadas. Talvez precisasse ser recarregada vez em quando, ou talvez
precisasse de um circuito de conexões-além para que continuasse viva. O fato é
que havia algo nesses livros, ou em Bazzo, que fez com que eu compactuasse com
sua fúria. Vou lembrar deles para sempre. Já passavam das onze da noite e eu
ainda estava fascinado, sentado em nossa cama, lendo o livro. Foi assim que
comecei a ver Brasília com outros olhos. A verdade é que eu era indiferente à
conjuntura política e a situação do Planalto em geral. Antes e depois de Bazzo.
- Seth, continuo pensando em Pilar – disse-me Lou enquanto
se deliciava com o caldo Nicolas Behr.
- É terrível. Mas o silêncio ainda nos parece a
melhor forma de lidar com o passado.
Fomos silenciados. Preciso dizer que fiquei tão
desolado depois que ela se foi, que mal me reconheço no espelho. Raspei as
laterais do crânio numa tentativa de controle do que se passava nas vias do meu
pensamento. Mas, foi inútil. A imagem que se formava não era mais eu, não era
mais minha, e nunca mais seria. Eu estava perpetuamente desfigurado. Nunca mais
poderia voltar a ser o mesmo, não depois daquele mergulho de Pilar.
No sistema de buscas noticiosas você poderá se fartar com informações a respeito do que não aconteceu. Eles nunca divulgam os suicídios, claro, pois podem provocar outros mais. Muitas vezes também não dizem o nome dos verdadeiros culpados. É evidente que é desproporcional a demanda de news que não esclarecem os reais motivos desse ou daquele acontecimento. Imagine que quando um terrorista é capturado, muitos civis, que nunca saberemos o nome, tiveram suas casas cruelmente bombardeadas, sem licença, sem desculpa. Apesar disso ou daquilo, eu e Lou tínhamos argumentos suficientemente mais lógicos do que do que a necessidade de esconder, ou vencer, ou alçar, ou passar por cima sem antes soterrar nossas reminiscências bélicas e acabar com a vontade da dança. Mesmo sabendo que era perigoso falar das estreitas relações entre o Congresso e o terror, Newton ou a lei do retorno, a CIA e a Revolução Cubana, os barbudos e a operação anti-anarcotráfico, falávamos.
Foi assustador. Eles levaram todos que estavam na frente do bar e mandaram que deitássemos no chão. Apontavam armas para todos, inocentes, traficantes, nós. Bateram também os cassetetes em alguns, e chamaram várias de vagabundas. Deu no Correio Braziliense. No fim, depois de algum tempo deitados, todos fomos revistados. Uma menina disse que, como o espaço era muito pequeno, um dos caras ficou atrás dela, encostando o “corpo” dele nela. No fim, ela apareceu na tevê como suspeita de tráfico.
- Tenho mais medo da polícia que de traficante – disse Lou, e ela estava sendo sincera.
- Ainda bem que dessa vez saiu no jornal. Como disse
Jorge L. Borges, a certeza de que tudo está escrito nos anula ou faz de nós
fantasmas.
Sem sabermos o que fazer, corremos com Pilar para perto
do Hran. Ela estava com o nariz torto e tremia como se fosse um boneco flexível
de cachorro desses que ondulam no vento pouco, em frente às pipas da Torre de
TV. Não tínhamos provas, por isso a única coisa a fazer era esperar pelo que o
destino tinha a nos reservar ou colocar contra nós. Estávamos no fim de agosto,
7% de umidade relativa do ar e o mais belo entardecer do Planalto Central.
Tonalidades de laranja, rosa e violeta formavam um grandioso espetáculo. Pilar
finalmente adormeceu em meus braços.
No tempo dos gatos, Pilar vagou sozinha por uma
trilha da Água Mineral, tendo de canto dos olhos com os micos famintos que
saltavam as gralhas secas das árvores de maio. O “coisa” que falava com ela era
peludo e tinha os olhos do Presidente da República dos Sonhos.
- Tssss. É hoje, Pilar!
- O quê?
- Que vamos ouvir todos os sons cerrado. Venha!
Talvez, Pilar estivesse melhor assim, entre o zunido
da abelha e a grasna da arara, a rufla do beija-flor, o chiado do besouro, o
trino do canário, e o último uivo do lobo-guará resgatado, que de seu
território desapropriado, fora apagado da esperta memória da espécie o sonho de
que era preciso manter-se afastado deste mundo no qual somos inevitavelmente
soterrados pela lógica humana, cruel, política e nada extraordinária.
T.
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