Este texto foi postado em brechadiaria.wordpress.com, tratado-parceria de Danilounge e Tamarocks
Alguns homens passam por esta vida de olhos esbugalhados. Vemos em seus olhos reflexos de imensidão e perplexidade. E se um dia lhe perguntam – por que olhos tão salientes? – sobressaído, ainda, hão de devorar-te na escavadura de negros feixes oleos’úmidos.
Esbugalhados enfim, deitamo-nos. Lembro de ter fundido-me em encantadores feixes púrpuros, ainda com os olhos abertos fronte ao confuso espelho da brecha de tuas pupilas. E já não era mais o meu – ou o teu – braço – nuca – tornozelo – nuca – nuca. Tua mão meu pescoço. Fundimo-nos, e isso teve nos anulado como um feixe desfalecido e tranquilo. Acordo e vejo a luz, já é dia.
Vejo-me em teus olhos: paredro.
Minh’alma a flor do rosto.
De todos os olhos, o olho.
Redondo e profundo: buraco negro.
Fundo – pantanoso – úmido – meigo.
Alguns seres morrem desta vida também esbugalhados.
6 comentários:
tenso
pra vc tb, esbugalhada minha
já viu "história do olho"?
Sim Isaac, desde então concluo que deveria estuprar mais padres.
Esse lugar está bombando: esbugalarei-me mais por aqui. Pois meus olhos estão quase cerrados, de tanto tédio...
ecoei bombas agora
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