Entrou na sacristia. Abriu a estante onde estavam hospedadas hóstias e cálices. Deu um trago no vinho. Mexeu nas estantes. Achou a chave do santíssimo, onde Padre Jonas guardava as hóstias. Hóstias sagradas. O corpo de cristo. Entre outros imaginários subversivos (aqui não constados como tal), o mais valioso da igreja estava ali - hóstias sacramentadas. Assim, chamaram-lhe Ladrão. Inescrupuloso. Impuro. A ministra da eucaristia pôs a mão no rosto e arregalou os olhos. Assistíamos tudo pela televisão. Enquanto isso, ou aquilo, o diácono não soube mensurar a valia do ato ou o a espessura da degradação. Talvez déssemos a isto o nome de decadência. Ou escória. Talvez em outros tempos ou no exacto tempo do bem. Nada mais pernicioso - não seria mesmo questionada - sua abrupta subida diante da cruz para depois engolhir-lhe o corpo, pedaço-por-pedaço antes que apodrecesse. Jornais de todo o mundo teriam-no estampado em suas capas caso grupo de ex-BBBs não tivessem sido escaladas para filme pornô. Como se isso, ou aquilo, insisto - puro canibalismo isso de comer um corpo ou outro -, fosse negação da dignidade humana. Talvez ele tivesse se perguntado o que Satã teria de tão particular. Talvez o despudor. Talvez o maldito. A epifania do anticristo em CAIXA-ALTA. Àqueles que continuam a negar a interdição.
Fora também traduzido para o italiano:
Pisa, Itália. Foto de Tamara Costa“A pessoa parecia ter tudo planejado”, garantiu o jornalista.
Aliança com o animal, disse Bataille -
antigas marcas. Ou a confusão do animal e do humano, do animal e do divino. Porco-menino, por Hilda Hilst.
Just say my name, and it’s all right, has sung P.J. Harvey.
Da superação do horror, eu vos digo.
E o que sobra?
O efeito disso ou
daquilo em mim - efeito-Bataille ou efeito-Fou-Tchou-Li ou...
Ver também:
Ladrão invade igreja, furta hóstias e escreve ‘Salve Lúcifer’ na parede