3.11.06

putrefadas

homenagem aos defuntos lembrados neste feriado e pelo odor deixado por pessoas que passam

As vezes me perco em lembranças do passado, como se fosse alguma coisa com a qual eu tivesse contato. Bem, tive. E passo tempo demais passando a roupa-suja. Bem, passo. Algumas pessoas convertem-se em cheiros, outras em objetos. O melhor a fazer, neste caso, é me livrar das roupas e dos objetos dignos de associação. Converter a alegoria em simples vestimenta, adereço. Apagar os arquivos existentes. Pensar o passado como uma roupa que me serviu muito bem por um período, passado. Mas o cheiro fica. E por mais que difícil que seja, por mais mole e viva que eu seja, endureço pra não me esquecer - que por melhor e mais caro que seja o shampoo, o odor é sempre o mesmo. não dá pra evitar verdades tão tácteis.

Você usa cosméticos,
no rabo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Usados.

Anônimo disse...

gente, preciso andar mais por aqui, caríssima tam. gabi disse que queria ter falado com vc, que tava com saudade, mas a amidalite não permitiu. postei "as intermitências do marrom". eu, meus botões e saramago. e véspera de feriado?

Rafael Perfeito disse...

Gostei da sua definição de passado.

E gostei das pombas-rolas que passeiam pelas pernas.

Gosto das imagens que você cria nos seus textos.

Ass. Um cheiro antigo.

Anônimo disse...

cadê? cadê?
na ressaca do reveillon ainda?
quero ler-te, mon amour.