24.2.05

"só queria falar um pouco de pássaros" e desligou o rádio. achava tudo aquilo muito conciso e cheio de ritmo. penso canto, logo motivo pra iniciar o passo. abro a porta, abro a porta da sapateira e pego sapato vermelho. deito na tapete. é duro mas bem localizado. do chão me vi espaço e coluna reta encaixada. a cabeça dói um pouco, talvez porque seja cabeçuda ou os cabelos já não funciomam mais. é da crueldade da laranja que quero olhar para ventilador de teto. só pra ver até quando. aumento a intensidade. até onde vai. talvez porque fosse tarde demais. e já era mais de meia noite porque relógio não tem talvez.

os note papes voavam pelo teto, a casa estava já pelos ares. eu chão ali laranja ainda coluna acostumada com o encaixe reto. peguei um papel no ar, me fiz apresentador de televisão e sorri para as meninas enérgicas que jovagam as cartas para cima. fiz uns origames decididos. não pairou. resolvi usar o saco de plástico que segurava a capa do cigarro. não pairou. talvez fosse melhor usar luvas. fino trato.

é que antes minha cama ficava no teto, mas por causa de umas fatalidades que usavam máscaras balinesas, inverti a ordem dos móveis, fechei o corpo e engoli a chave.

o simulador de pássados está ligado e ele parou estático, com a mesma concisão com que desejara outra vez não captar. agora gaiola. desta vez, com o bico, estraçalhei o controle remoto.

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