17.7.04


"Ai!... Ai!... (de quando em quando assim se sente)
Uma porra tamanha é dada aos burros,
Não é porra capaz de foder gente".

 
Glosador magestoso.
Andei relendo dos seus eróticos. sonetos, que quase nunca gosto. excessão. nem sempre a métrica concentra desculpas disfarçadas, esfarrapadas. por estar vivo e com tesão (séc, 17), lembrando. pai das artimanhas do ofício. pq convence e é convencido.  atemporal.
Bocage,
 
 
"...mas só se tem notícia de seu convívio com os poetas contemporâneos (entre os quais Bocage e José Agostinho) justamente porque estes costumavam interceder em seu favor quando era perseguido e punido pelo comportamento anti-social, ou seja, quando era preso por se exibir pelado em público ou por escrever poemas como o soneto XLVIII, que, segundo denúncia ao intendente da polícia, era "licencioso" e alusivo à "fornicação dos cães dentro das igrejas".
 
meu puto erudito.
 
essa eu dedico;
 
Arreitada donzela em fofo leito,
Deixando erguer a virginal camisa,
Sobre as roliças coxas se divisa
Entre sombras sutis pachacho estreito:

De louro pêlo um círculo imperfeito
Os papudos beicinhos lhe matiza;
E a branca crica, nacarada e lisa,
Em pingos verte alvo licor desfeito:

A voraz porra as guelras encrespando
Arruma a focinheira, e entre gemidos
A moça treme, os olhos requebrados:
Como é inda boçal, perde os sentidos:

 
Porém vai com tal ânsia trabalhando,
Que os homens é que vêm a ser fodidos.


  
 


Nenhum comentário: