30.11.12

tan solo para mortos...


para Jubalina muse


Deus que me livre
De guardar tudo isso
só em mim
-       eu, quem?
Deus?
Eu?
Nós?


É preciso dizer,
na prática,
o som do que é traduzido
e se revela em novos círculos
- avistamentos gozosos, direi.


Se a poesia a mim fosse desnecessária
não haveriam tantas palavras
& descarregos like this,
desencadeio.


“Produzir” um poema seria uma tarefa inventada
a linguagem é anterior ao lamento
poesia é ritmo e descontrole.


O que mais me impressiona
são tuas impressionantes ondas:
maremoto.


Se tua dor se transforma num poema
-       menos pena, praxis.


O broto ritmado de minhas palavras soaria como um beija-flor em tua janela tatuada.


Os sentimentos mais puros são os mais indesejáveis;
alivie-se com um poema.


Instruções para morrer de amor: repetir um pagode romântico.


tamara e costa