29.12.03

continuando a sessão..

saravá!2
(aos que não tem vida, nem atividade, nem cria...)

apresentação: prazer Tamara Costa, a que aqui vos escreve desde 2002 in questo blogue maledeto. Escritora sim, porque é preciso, porque eu quero, insisto, escrevo e tem sido assim desde que decidi escrever - e não afundar em qualquer merda. então, eu não publico tudo que escrevo neste infelitche blogue. isso aqui é um meio de publicação da tosquice-pós-moderna que eu adaptei - para publicação de algumas de minhas putarias dignas de apresentação, para que as personas (sim, personas com personalidade não gente-mesma-que-anda-por-aí-sem-fazer-nada-pra-mudar-a-rotina-do-ônibus-e-da-história) pudessem entrar em contato com esse universo do palavreado que estou vivendo. "eu tô te explicando pra te confundir..." como Tom Zé andou dizendo. sim, este blogue também querido, que serviu de suporte à várias estadias infernais de questa vita. pois bem ou não, não tenho outro blog ou qualquer outro vínculo de publicação. apenas na garganta da serpente . e faz algum tempo que não publico nada mesmo lá. parece que estão lendo isso aqui, parece que tem gente que copia e diz por aí que cria o que não criou. é preste rumo que vai meu saravá de hoje! tem mesmo, até porque eu sou uma das que copia. e cola. e mostra as autorias, principalmente. sou dessas que admite à todos os vivos que quiserem saber; meu dna-do-mal, minha origem bizarro-criacional, o que leio, o que vejo, escuto, o que acontece, as minhas influências que inegavelmente existem aqui no âmago do meu estômago, pulsando no meu peito - até que virem peidos ou poesia ou qualquer forma de expelimento. nestas palavras pulsam a vida que dou aos ossos, através do meu canto aos mortos queridos e aos vivos que vêm. eu sigo os amando, os vivos que pulsam originalidade e os mortos mais vivos que muito vivo-morto que anda por aí... ANTROPOFAGIO MESMO, e deixo um link para maiores averiguações! enfim - os links são também uma maneira de deixar uma biografia-bibliográfica self-service pra quem vem aqui me ler. não pensei que iria me apresentar, que seria preciso, porque tudo está mesmo no ar. e é assim que eu deixo, assim que vai ficar. um dia vou parar de escrever aqui, porque isso me dá nojo muitas vezes (já pensei em parar) pela maneira com que a palavra blog vem sendo vinculada a coisas do modelo trash - mas sem nenhuma graça. só mesmo escolhendo o maior dedo e enfiando no suvaco para rir. quando eu puder me justificar - nos livros - através da impressão é que eu vou me calar por aqui, deixar os arquivos mortos para bill gates e a globalização. porque meu negócio é livro, é transcender, desmistificar o que for necessário - não blog ou meios firulentos de publicação, como este. vou continuando até um dia quando....

"os livros são objetos transcendentes..." caetano velosiando

eles virão, que eu tô escrevendo que nem uma coelha bem gorda no período fértil!

puta pelos panaquismos a mais...
Tamara Costa

27.12.03

saravá!

(aos panaquismos, pequenismos, idiotismos e coisas do tipo mini)

em primeiro lugar vai-se-foder, você aí pequeno, sentado em sua miséria egoistificada, na tua casa, tua bunda, tua vadia estadia em minha vida deve ser saraváficada. toda a merda mal lavada, à tudo que vai pra debaixo do tapete, eu repito, meu leite não amamenta boiada nem comboios de gente-mesma-pessoa. gente que não faz nada pra mudar a rotina ordinária do ônibus e da história. gente de merreca, sem vida, sem atividade, sem persona, sem paixão. todos esses pra mim vão - dar a bunda na lama. dar o cú na neve. ou qualquer coisa que se assemelhe a sujeira e que cause dor. muita dor.

a dor é doce
a porra é doce também
basta saber provar.
doce de sal
do doce e do amargo
prove,
engula,
e se puder
se houver forças suficiente
se houver grandeza -
não vomite
e viva bem.


salve-se quem puder, é feliz - o natal.






L'inconnue de la forge, por Michel Bousquet

13.12.03

poesia (in site)!

(entre) desenvolvimento sustentável de fumante é acender um cigarro no outro. (parênteses) só pra solidificar.

porque eu teimo em concluir que poesia tem que ser foda, não importa a classe. foder com classe? affff.


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daza:
(session das antigas)


MANTRAS

VOCÊ AINDA VEM
PORQUE EU SOU UM BOLO
E AINDA TEM UM PEDAÇO PRA COMER


ME LIGA AINDA
ME LIGA AINDA
E DIZ
E DESENTALA

VOCÊ VOLTA
OU VAI VAZANDO

VOCÊ TEM PAZ?
EU ACHO QUE NÃO E NEM QUER TER
EU NÃO TE DOU PAZ
EU NÃO TENHO PAZ ENQUANTO VOCÊ NÃO DIZER

ME QUEIRA MUITO ME QUEIRA MUITO ME AME
AME MINHA BOCA E MINHAS MEIAS SUJAS
MINHAS CALCINHAS E MINHAS UNHAS
PORQUE SÃO MINHAS
NÃO TUAS
NÃO SOU
SUA.

UM TRAGO DE MIM PRA VOCE - TIM TIM

ESTOU FICANDO LOUCA
DÁ UM SINAL SENÃO EU SUMO

NÃO, NÃO VOU SUMIR

VOCÊ VAI APARECER
PORQUE QUER DE UMA VEZ POR UMA VEZ,
VAMOS VER O QUE É ISSO.


(e vai repetindo na cabeça, com outras palavras mas talvez da mesma maneira - mantras da solidez)

caráleo, essa vai sozinha que eu tô na espera paranóia delirante com a cerva e a cigarita esperando sipatriça.

eusoueusouegoístaeusoueusoueusouporquenão????porquenão???

junto com o cigarro. dentro de um corvete ou se já me lembro bem um maverick, isso mesmo, meu pai meu pau de pai de deja vú. olho no centro do cóxix e já vi que já foi assim, com gosto de limão. do doce, e do amargo. eu quero. quero.
dedução:
olhares de reconhecimento ou uma merda de enganação!?!
meo dedão.
pau no cu da programação.
nada está pronto.
não é começo nem meio nem relação.
foda-se as horas....
a vida é agora.

role
enrole
suba
desça

como quem quiser...


.
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de deeeuuuuusss do malllll
eu sou estrela do abismo no espaço
o que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
onde eu tôooo não há bicho papãoooooo


tocoraul

10.12.03

História esquecida e/ou Um ponto de vista

Ímpia! Foi a igreja benzer-se! E foi rápido antes que a experiência do - Ah! Que merda, porque fui fazer aquilo - antes que mais uma palavra arrependida te sugasse os pensamentos, e não mais houvesse tempo de redimir-se. "Se, porém, Deus salva o pecador, que perigo há em pecar? Na verdade, o pecado é uma tentação positiva..." Pureza como a do coito entre os mosquitos. Sua mãe lhe deixou de herança, o pedir tanto perdão pela inércia das pernas trépidas, e só agora isso anda dando dor de cabeça. No frio fica difícil não querer esquentar-se. Queimou-se por dentro enquanto aquele ser se prostrava sem pedir licença em seu ventre. Certa noite, antes que pensasse em rezar seus pais- nosso com remorso do feito, foi que foi, esse tal de fez que não fez só deu o que pensar no sítio da Mãe Ana, o cheiro de chumaço do sovaco do carpinteiro descamisado. Já é ruim demais se sentir mulher solteira, cansada e ainda frouxa de paixão. Trouxa de roupa suja, largou logo a labuta. Saiu correndo para porteira com a vassoura nas mãos oleosas, ajeitou o grampo do cabelo e de qualquer jeito saiu afoita da casa. A anágua subido, ela gritando - tô indo, tô indo, calma meu filho - abriu a porta e lá estava ele; todo rasgado, um perfeito esculacho, com uns panos debaixo do braço dizendo vamu comigo embora agora! Ave! Ave! Não é assim que se aborda uma mulher cheia de... A profunda respiração era sua única certeza. Uma suspeita de paraíso recuperável. Se lavou de desejo antes que a família perdesse o orgulho. Santa Maria reparadora, ela própria teve a clemência de não tampar os mal feitos. E desde quando respeito compra felicidade moça? - disse o carpinteiro - Não é hora de se confessar - limpou poeticamente o escarro na beira já dura da camisa. Arremessou-lhe um beijo que trouxe além de um desejo descontido, o cruzamento de algumas carícias nervosas. Estava habituada a disfarçar, entrou de lança em casa, catou algumas mudas de roupa e saiu gritando foda-se, palavra mais pura encontrada pro seu estado de ânimo. Alforriada enfim, se livrou da futilidade que mascarava seus dias, saiu com o tal moço num burrinho manco e foi viver sua vida. Foi um escândalo para sua família. Desoladas, as velhas, as irmãs da família e essas coisas, encontraram uma saída para a vergonha que a menina lhe causara. Seus pais espalharam pra vila que a filha, ainda virgem, estava grávida e que foi a escolhida, levada e fecundada pelo amor de Deus. Somente as ilusões eram capazes de "fazer crer" os fiéis, as ilusões não as verdades. Distante do sítio que nasceu, numa cidadela que viveu, teve seu filho que por coincidência ou fatalidade do destino acreditava, desde pequeno, ser profeta - invocando a verdade eterna - palavras de carne e sangue. Naquela época muitos o seguiam e até hoje muitos acreditam em suas palavras. Alguns até o acharam louco, não era na cabeça que ele tinha o centro. Não sabemos quais são realmente os fundamentos das verdades aceitas, mas podemos observar individualmente seu desenrolar. E isso é apenas uma versão de uma história esquecida, uma lenda ou um ponto de vista.
"...E toda criação surge das trevas para a luz."


Tamara Costa